terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O que eu sinto?

Não sinto quase mais nada. Não sinto nada. Mas senti; já senti muito.
Já senti o que deveria em demasia. Já senti o que não deveria. Já senti algo que não era meu. E já senti o que era muito mesmo sendo meu. Já senti a alegria de sentir. Mas já senti a dor de um sentimento. Já fugi de algum sentido, porém já me agarrei à outro. Já vi o que precisava durante um sentimento e já fui cega o bastante pra perceber o que a emoção pode fazer. Já recebi orientações sobre como sentir e hoje sei que não posso me guiar por isso. Já me disseram pra não sentir e hoje sei que precisava sentir. Já senti o que queria sentir. Já senti o que não quero que ninguém sinta. Já me arrependi por aceitar algum sentimento. Já me orgulhei por permitir sentir. Mas hoje eu não sinto quase mais nada. Não sinto nada.

Não quero sentir pois foi pouco quando senti em demasia, senti em alegria, me agarrei à algum sentimento, senti o que queria ou me orgulhei por sentir o minimo que fosse. Não sinto nada pois o que mais senti foi o inesperado indesejável. Então não sinto nada.